Cantografia
O itinerário do carteiro cartógrafo
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Insônia
As horas mortas morrem em candelabros de pé a sala dorme recostada em mal dormidas noites a cama deita na memória sonhos que a deitaram a mesa geme o tilintar de corpos de corpos os copos bebem velho sabor rançoso os pratos roçam doces canções ridículas os doces roncam novo saber agrícola a casa varre a solidão aos gritos sobe lá fora a dor intestinal do mundo treme a descarga num estertor de pranto rola a viola em tão plangente surdo os grilos metem o dedo na garganta o galo crispa seu silêncio fundo a luz furtiva como num delito fantasmas cantam a ressurreição da falha cachorros lambem seu pesadelo aflito os gatos rasgam a comunhão da carne |