Notícia do e sobre o autor


Nasci em Sales Oliveira, pequena e nada próspera cidade da velha Mojiana.

Mamei, comi, cresci. Brinquei, estudei, brinquei.

Um dia, meu pai, sério e compungido, tendo às suas costas os soluços de minha mãe, disse-me:

– Vai, Carlos, vai para São Paulo ganhar dinheiro.

Fui ser professor!

Na Unicamp estou desde 1969, como professor de semântica lingüística.
Escrevi livros, artigos e ensaios, na área e fora dela.

A poesia começou cedo a impor-me exercícios de sofreguidão: poemas adolescentes, inspirados, cheios de procelas em tanques de lavar roupa.

Ao contrário de outros poetas, eu os guardei quase todos. Alguns reescrevi com a esperança de neles reencontrar o menino, o moço, a geração de que sou feito, o fio amarrando as pontas e deixando correr o meio da vida.

Cantografia, de 1982, foi meu primeiro livro de poemas. Com ele, recebi o prêmio de revelação em poesia da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA). As poemisetas, feitas com João Baptista da Costa Aguiar, apareceram em 1983, e no ano seguinte outro livro de poemas – Paisagem doméstica. Em outubro/novembro de 1985, expus alguns trabalhos na Parede de poesia, a convite do Centro Cultural São Paulo, e depois, com trocadilho, veio Geração, nesse mesmo ano.

Nele, os poemas curtos e os longos convivem – ao menos no meu desejo de poeta – de modo mais intenso, porque mais complementar: uns nascem dos outros, como das limalhas da forma torneada projeta-se a lembrança da forma apreendida.

Essa constatação, expressa na metáfora das sobras e da elaboração da forma concisa, foi que me levou a conceber o poema Metalurgia, que também daria título ao livro seguinte publicado em 1991.

Veio, em seguida, Mascarada, em 1997, Ilhas Brasil, em 2002, e está pronto agora o volume da Poesia reunida, contendo também um livro inédito - Pisca-alerta -, cujo lançamento está previsto para março de 2007.

Continuei escrevendo em outras searas, minhas também, como mesmas, alheias.
Lingüística, crítica literária, ensaios, divulgação científica, contos, alguns.
Publiquei livros e artigos, editei revistas, eletrônicas e de papel, fiz carreira acadêmica, dirigi instituições e por elas fui dirigido na vida com a convicção que o poeminha, melhor que tudo, sintetiza e espalha no que diz e no que não diz:

 

Evolução das espécies

A natureza
do homem é
a cultura